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CIPRIANO NEM BRUXO NEM SANTO APENAS UM SERVO DE DEUS

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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

VIDA E ORAÇÃO A SÃO COSME E DAMIÃO


(26 DE SETEMBRO)

ORAÇÃO A SÃO COSME E SÃO DAMIÃO (1)

Deus, nosso Pai, São Cosme e São Damião passaram no mundo fazendo o bem, curando as doenças e aliviando os sofrimentos de sua gente, dando confiança e esperança aos corações atribulados. Fazei que eu também sirva meus semelhantes de modo desinteressado, buscando sempre o seu bem e a sua felicidade.
Fazei também, ó Senhor, que os médicos coloquem a vida e a dignidade humana acima do lucro e do comércio.
São Cosme e São Damião, rogai por nós.
Que Assim Seja.

ORAÇÃO A SÃO COSME E SÃO DAMIÃO (2)

São Cosme e São Damião, que por amor a Deus e ao próximo vos dedicastes à cura do corpo e da alma de vossos semelhantes, abençoai os médicos e farmacêuticos, medicai o meu corpo na doença e fortalecei a minha alma contra a superstição e todas as práticas do mal.
Que vossa inocência e simplicidade acompanhem e protejam todas as nossas crianças.
Que a alegria da consciência tranqüila, que sempre vos acompanhou, repouse também em meu coração.
Que a vossa proteção, São Cosme e São Damião, conserve meu coração simples e sincero, para que sirvam também para mim as palavras de Jesus: "Deixai vir a mim os pequeninos, pois deles é o Reino dos Céus".

São Cosme e São Damião, rogai por nós.

Que Assim Seja.

VIDA DE SÃO COSME E SÃO DAMIÃO

Pode-se dizer que os Santos Cosme e Damião deram origem à tradição de bons samaritanos da humanidade doente. Embora sua história esteja envolta em lendas, sua existência e a maneira pela qual exerceram sua profissão continuam sendo um maravilhoso exemplo para todos nós.
De acordo com a tradição, Cosme e Damião nasceram em Ege, Silícia, estudaram em Pergamo e foram martirizados em Cirro, no governo de Diocleciano. Em curto espaço de tempo seu culto difundiu-se nas principais cidades do Império e os contos de seus milagres suplantaram a verdadeira história de suas vidas. Gregório de Tours, no século VI, descreveu a tradição que havia chegado até a Gália:
“Os dois gêmeos médicos, conta Gregório, tornaram-se cristãos e, pelo mérito de suas virtudes e pela intervenção de suas orações, livravam os doentes de suas enfermidades. Se um doente chega até seu túmulo e ali reza com fé, logo obtém um remédio para seus males. Diz-se que eles aparecem em sonho aos doentes dando-lhes uma prescrição médica: estes a seguem e ficam curados”.
Uma característica recorrente em todos os contos da vida dos dois irmãos é a gratuidade com a qual ofereciam seus serviços aos doentes e o dom, também gratuito, da fé cristã que transmitiam com seu exemplo.Eles desejavam imitar Jesus que, curando os corpos, sarava as pessoas restituindo-lhes a dignidade de filhos de Deus.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

VIDA E ORAÇÃO A SANTA BÁRBARA

SANTA BÁRBARA

(04 DE DEZEMBRO)


ORAÇÃO A SANTA BÁRBARA

Ó santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das fortalezas e a violência dos furacões, fazei com que os raios não me atinjam, os trovões não me assustem e o troar dos canhões não me abalem a coragem e a bravura.
Fique sempre a meu lado para que eu possa enfrentar, de fronte erguida e rosto sereno, todas as tempestades e batalhas de minha vida (fazer o pedido) para que, vencedor de todas as lutas, com a consciência do dever cumprido, possa agradecer a vós, minha protetora e render Graças à Deus, criador do céu, da Terra, da Natureza; este Deus que tem poder de dominar o furor das tempestades e abrandar a crueldade das guerras.
Santa Bárbara rogai por nós.
Que Assim Seja.

VIDA DE SANTA BÁRBARA

Santa Bárbara sofreu o martírio provavelmente no Egito ou na Antioquia, por volta dos anos 235
ou 313.

Sua vida foi escrita em diversos idiomas: grego, siríaco, armênio e latim.

Conforme a lenda, Santa Bárbara era uma jovem belíssima. Dióscoro, seu pai, era um pagão ciumento. A todo custo desejava resguardar a filha dos pretendentes que a queriam em casamento.

Por isso encerrou-a numa torre. Na torre havia duas janelas, mas Santa Bárbara mandou construir uma terceira, em honra à Santíssima Trindade.
Um dia, entretanto, Dióscoro viajou. Santa Bárbara se fez então batizar, atraindo a ira do próprio pai.

Fugindo de seu perseguidor, os rochedos abriam-se para que ela passasse.

Descoberta e denunciada por um pastor, foi capturada pelo pai e levada perante o tribunal. Santa Bárbara foi condenada a ser exibida nua por todo o país.

Deus, porém, se compadeceu de sua sorte, vestindo-a miraculosamente com um suntuoso manto.

Padeceu toda sorte de suplícios: foi queimada com grandes tochas e teve os seios cortados. Foi executada pelo próprio pai, que lhe cortou a cabeça com uma espada.

Logo após sua morte, um raio fulminou seu assassino.

É por isso que Santa Bárbara é invocada, nas tempestades, contra o raio.

O seu culto espalhou-se rapidamente pelo Oriente e pelo Ocidente, inclusive no Brasil.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

VIDA E ORAÇÃO A SÃO CARLOS BORROMEU


(04 DE NOVEMBRO)

ORAÇÃO A SÃO CARLOS BORROMEU

Conservai, ó Deus, no vosso povo o espírito que animava são Carlos Borromeu, para que a vossa Igreja, continuamente renovada e sempre fiel ao Evangelho, possa mostrar ao mundo a face de Cristo.
Assim como fizestes dele um grande bispo, pela vigilância pastoral e esplêndidas virtudes, concedei-nos frutificar sempre em boas obras.
Dai-nos sua intercessão, que sejamos constantemente fiéis no vosso serviço e fervorosos na caridade.

Que Assim Seja.

VIDA DE SÃO CARLOS BORROMEU

Carlos, o segundo filho de Gilberto, nasceu em 2 de outubro de 1538. Menino ainda, revelou ótimo talento e uma inteligência rara. Ao lado destas qualidades, manifestou forte inclinação para a vida religiosa, pela piedade e o temor a Deus. Ainda criança, era seu prazer construir altares minúsculos, diante dos quais, em presença dos irmãos e companheiros de idade, imitava as funções sacerdotais que tinha observado na Igreja. O amor à oração e o aborrecimento aos divertimentos profanos, eram sinais mais positivos da vocação sacerdotal.
O ano de 1562 veio a Carlos com a graça do sacerdócio.
No silêncio da meditação, lançou Carlos planos grandiosos para a reorganização da Igreja Católica. Estes todos se concentraram na idéia de concluir o Concílio de Trento. De fato, era o que a Igreja mais necessitava, como base e fundamento da renovação e consolidação da vida religiosa. Carlos, sem cessar, chamava a atenção do seu tio (que era cardeal e foi eleito Papa, com o nome de Pio IV) para esta necessidade, reclamada por todos os amigos da Igreja. De fato, o Concílio se realizou, e Carlos quis ser o primeiro a executar as ordens da nova lei, ainda que por esta obediência tivesse de deixar sua posição para ocupar outra inferior. 
Carlos sabia muito bem que a caridade abre os corações também à religião. Por isto foi que grande parte de sua receita pertencia aos pobres, reservando ele para si só o indispensável. Heranças ou rendimentos que lhe vinham dos bens de família, distribuía-os entre os desvalidos. Tudo isto não aguenta comparação com as obras de caridade que o Arcebispo praticou, quando em 1569-1570, a fome e uma epidemia, semelhante à peste, invadiram à cidade de Milão. Não tendo mais o que dar, pedia ele próprio esmolas para os pobres e abria assim fontes de auxílio, que teriam ficado fechadas. Quando, porém, em 1576, a cidade foi atingida pela peste, e o povo abandonado pelos poderes públicos, visto que ninguém se compadecia do povo, ainda procurava os pobres doentes dos quais ninguém lembrava, consolava-os e dava-lhes os santos sacramentos. Tendo-se esgotado todas as fontes de recurso, Carlos lançou mão de tudo o que possuía, para amenizar a triste sorte dos doentes. Mais de  cem sacerdotes tinham pago com a vida, na sua dedicação e serviço aos doentes. Deus conservava a vida do Arcebispo, e este se aproveitou da ocasião para dizer duras verdades aos ímpios e ricos esquecidos de Deus.
Gregório XIII, não só rejeitou as acusações infundados feitas ao Arcebispo, mas ainda recebeu Carlos Borromeu em Roma, com as mais altas distinções. Em resposta a este gesto do Papa, o governador de Milão, organizou no primeiro domingo da Quaresma de 1579, um indigno préstito carnavalesco pelas ruas de Milão, precisamente à hora da missa celebrada pelo Arcebispo. O mesmo governador, que tanta guerra ao Prelado movera, e tantas hostilidades contra São Carlos estimulara, no leito de morte reconheceu o erro e teve o consolo da assistência do santo Bispo na hora da agonia. Seu sucessor, Carlos de Aragão, duque de Terra Nova, viveu sempre em paz com a autoridade eclesiástica. O Arcebispo gozou deste período só dois anos.
Quando em outubro de 1584, como era de costume, se retirara para fazer os exercícios espirituais, teve fortes acessos de febre, aos quais não deu importância e dizia: “Um bom pastor de almas, deve saber suportar três febres, antes de se meter na cama”. Os acessos renovaram-se e consumiram as forças do Arcebispo. Ao receber os santos sacramentos, expirou aos 03 de novembro de 1584. Suas últimas palavras foram: “Eis Senhor, eu venho, vou já”. São Carlos Borromeu tinha alcançado a idade de 46 anos.
O Papa Paulo V, canonizou-o em 1610 e fixou-lhe a festa para o dia 04 de novembro.

São Carlos Borromeu, rogai por nós!

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

VIDA E ORAÇÃO A SANTA APOLÔNIA


(09 DE FEVEREIRO)

Mártir da Alexandria durante o reinado do Imperador Philip I, o Árabe (244-249) e Trajanus Decius (249-251), multidões ferozes na Alexandria, Egito saiam as ruas a caça de cristãos e Apolônia, uma Diácona foi apanhada pela súcia e como ela se recusava a renunciar a Jesus e a sua fé, foi cruelmente torturada. Seus dentes foram arrancados com uma torquês (uma espécie alicate). Quebraram seus maxilares e foi levada a uma pira aonde veio a morrer queimada. Apolônia não era jovem, mas Dionysio que presenciou a sua morte a descreveu em uma carta para Fabius, que foi preservada pelo historiador Euzebio, bispo de Antiopia:
"Eles amarraram esta preciosa virgem, quebraram todos os seus dentes com socos nos maxilares, fizeram uma fogueira e ameaçaram queimá-la viva, mas ela continuava recusando a recitar as blasfêmias que eles queriam que ela recitasse. Então, de repente, ela mesma entrou na pira e foi logo envolvida de um fogo do "Espírito Santo", pois de lá de dentro ela nos olhava com o rosto de uma cristã sem nenhum medo."
Os anais de seus martírios contem outras crueldades, mas na liturgia católica ela é mostrada com a pinça usada nos seus dentes e ela é a padroeira oficial dos dentistas e é invocada contra a dor de dente.

ORAÇÃO A SANTA APOLÔNIA (1)

Oh, bom Deus!
Rogamos que a intercessão da gloriosa e mártir de Alexandria, Santa Apolônia, nos livre de todas as enfermidades do rosto e da boca. Lembrai-vos principalmente das criaturas inocentes e indefesas. Afaste se possível, a amargura das dores de dentes. Iluminai, fortificai e protegei os cirurgiões-dentistas, para que sempre se dediquem ao próximo com o amor que de vós emana e nos seja dado usufruir de vosso reino.
Santa Apolônia intercedei por nós.
Que Assim Seja.

ORAÇÃO A SANTA APOLÔNIA (2)

Ó gloriosa santa Apolônia, por aquela dor que padecestes, quando, por ordem do tirano, vos foram arrancados os dentes que tanto decoro ajuntava ao vosso angélico rosto, obtende do Senhor a graça de estarmos sempre livres de qualquer moléstia relativa a este sentido ou pelo menos de sofrê-la constantemente com imperturbável resignação.
Que Assim Seja.

domingo, 29 de novembro de 2009

SÃO CIPRIANO - ORAÇÃO NA PERIGOSA HORA


(26 DE SETEMBRO)


ORAÇÃO NA PERIGOSA HORA
REZAR À MEIA NOITE

Nesta hora perigosa,
Ó anjo de minha guarda,
Gênio protetor que me acompanha,
Me livre das visões,
Do mal, sonho aterrador,
Com Deus eu me deito,
Com Deus me levanto,
Com a graça de Deus,
E do Espírito Santo.

Que Assim Seja.

VIDA DE SÃO CIPRIANO O SERVO DO SENHOR E SANTA JUSTINA

É impossível falar da vida de Santa Justina sem falar da vida de Cipriano o Servo do Senhor.

No reinado de Décio (249-251) viveu em Antióquia (da Psidia) um certo filósofo e mago de renome, cujo nome era Cipriano, um nativo de Cartago.
Nascido de pais ímpios, na sua infância ele foi consagrado por eles ao serviço do deus pagão Apolo.

ENTREGUE AOS ESTUDOS DA MAGIA

Com sete anos de idade, foi entregue aos mágicos para o estudo da magia e da sabedoria demoníaca.
Com dez anos de idade, ele foi enviado por seus pais, como numa preparação para a carreira de feiticeiro, para o Monte Olimpo, que os pagãos chamavam de morada dos deuses. Ali, havia uma multidão de vários ídolos, nos quais os demônios habitavam.

Nessa montanha, Cipriano estudou todos os tipos de artes diabólicas: ele dominou várias transformações demoníacas, aprendeu a mudar a natureza do ar, para trazer ventos, trovões e produzir chuva, perturbar as ondas do mar, causar danos aos jardins, vinhas e campos, a enviar doenças e pragas sobre o povo, e, em geral, ele aprendeu uma ruinosa sabedoria e atividade diabólica.

Neste lugar ele viu uma legião de demônios inumeráveis, com o príncipe das trevas à sua frente, alguns estavam diante dele, outros o serviam, outros ainda gritavam em louvor do seu príncipe, e alguns foram enviados para o mundo, a fim de corromper pessoas.

Ali também, ele viu em suas falsas formas os deuses e deusas pagãos, e também diversos fantasmas e espectros, a invocação que ele aprendeu em um rigoroso jejum de quarenta dias. Ele comia apenas após o pôr do sol, e não o pão ou qualquer outra coisa, mas só bolotas de carvalhos.

Quando ele tinha quinze anos, ele começou a receber lições de sete grandes feiticeiros, deles ele aprendeu muitos segredos demoníacos.

Então, ele foi para a cidade de Argos, onde, depois de ter servido à deusa Juno por um tempo, ele aprendeu muitas práticas das manobras de seus sacerdotes. Viveu também em Taurapolis (na ilha de Içara), no serviço da deusa Diana, e de lá ele foi para Esparta, onde ele aprendeu a chamar os mortos dos túmulos e forçá-los a falar por meio de vários encantamentos e feitiços.

Na idade de vinte anos, Cipriano chegou ao Egito, e na cidade de Memphis, ele aprendeu ainda maiores encantos e encantamentos. Em seu trigésimo ano ele foi para os caldeus, e tendo aprendido a astrologia lá, ele terminou seus estudos.

O Bruxo Cipriano em Antióquia

Depois disso, ele voltou a Antióquia, sendo perfeito em todos os malfeitos. Assim, ele tornou-se um feiticeiro, mágico, e destruidor de almas, um grande amigo e fiel servo do príncipe do inferno, com quem ele conversava face a face, sendo outorgado a receber grande honra dele, como ele próprio testemunhou.

"Acredite em mim", ele disse: "Eu vi o príncipe das trevas, pois propiciei-lhe por sacrifícios. Cumprimentei-o e falei com ele e os seus anciãos, ele gostava de mim, elogiou meu entendimento, e antes de todo mundo ele disse: Aqui está um novo Jambres, sempre pronto para a obediência e digno da comunhão com a gente!".

E prometeu fazer de mim um príncipe depois da minha partida do corpo, e para o curso da vida terrena para me ajudar em tudo. E ele me deu uma legião de demônios para me servir.

Quando partiram, ele se dirigiu a mim com estas palavras:

“Coragem, fervoroso Cipriano; levante-se e acompanhe-me, deixe todos os antigos demônios maravilhar-se com você."

Por conseguinte, todos os seus príncipes estavam atentos para mim, vendo a honra que demonstrou a mim. A aparência externa do príncipe das trevas foi como uma flor. Sua cabeça foi coroada por uma coroa (não uma real, mas uma fantasma) feita de ouro e pedras brilhantes, como resultado do qual todo o espaço ao seu redor estava iluminado, e sua roupa era surpreendente.
Quando ele se voltava para um lado ou outro, todo lugar tremia, uma multidão de espíritos malignos de vários graus estava obedientemente em seu trono. “Entreguei-me totalmente a seu serviço naquela época, obedecendo a seu comando todos os dias.”

Assim relatou Cipriano o Servo do Senhor  a respeito de si mesmo depois de sua conversão.

Assim, é evidente que tipo de homem Cipriano era: como amigo dos demônios, ele participou em todas as suas obras, causando mal às pessoas e enganando-as.

Vivendo em Antióquia, fez com que muitas pessoas se voltassem à prática de todo o tipo de ação ilegal, ele matou muitos com venenos e magia, e abateu rapazes e moças como sacrifícios para os demônios. Ele instruiu muitos em sua magia ruinosa: a alguns ensinou a voar no ar, outros a navegar em barcos nas nuvens, outros ainda caminhar sobre a água. Por todos os pagãos era reverenciado e glorificado como um sacerdote e mais sábio servo de seus deuses vis. Muitos se voltaram para ele em suas necessidades, e ele ajudou-os por meio do poder demoníaco com o qual ele estava cheio: ele colaborou com alguns em seus adultérios, com outros no ódio, nas inimizades, na vingança, na inveja.

Já estava inteiramente nas profundezas do inferno e nas garras do diabo, ele era um filho do inferno, um participante da herança demoníaca e da sua perdição eterna.

Mas o Senhor, que não deseja a morte do pecador, em sua bondade e sua misericórdia indizível que não é conquistada pelos pecados dos homens, se dignou a procurar este homem perdido, para tirar do abismo a que foi mergulhado na sujeira das profundezas do inferno, e salvá-lo, a fim de mostrar a todos os homens a sua misericórdia, porque não há pecado que possa apagar seu amor pela a humanidade.

Ele salvou Cipriano da perdição, da seguinte forma.

Conversão de Santa Justina

Vivia naquele tempo, em Antióquia, uma donzela, cujo nome era Justina.
Ela era filha de pais pagãos, seu pai era um sacerdote dos ídolos, por nome Edesius, e sua mãe chamava-se Cledonia.

Uma vez, sentada à janela de sua casa, esta donzela, que tinha então já atingido a feminilidade, por acaso, ouviu as palavras de salvação da boca de um diácono que estava passando, cujo nome era Praylius.

Ele falava de nosso Senhor Jesus Cristo ter se feito homem, nascido da mais pura Virgem, ter realizado muitos milagres, de como havia se dignado a sofrer por causa da nossa salvação, ressuscitado dentre os mortos com glória, subido aos céus, e se sentado à direita do Pai e reinando eternamente.

Essa pregação do diácono caiu em boa terra, no coração de Justina, e rapidamente começou a dar frutos, o desenraizamento nela dos espinhos da incredulidade.

Justina quis ser melhor e mais completamente instruída na fé deste diácono, mas ela não se atrevia a procurá-lo, sendo contida pelo pudor de uma donzela.

No entanto, ela secretamente foi à igreja de Cristo, e muitas vezes ouviu a palavra de Deus e com o Espírito Santo agindo em seu coração, ela passou a acreditar em Cristo.

Logo, ela convenceu a mãe disto também, e então resolveu levar para a fé seu pai também idoso.
Vendo a compreensão de sua filha e ouvindo as suas palavras sábias, Edesius refletia dentro de si mesmo, assim:

"Os ídolos são feitos pelas mãos dos homens e não têm nem a alma nem a respiração e, portanto, como eles podem ser deuses?"

Enquanto ele estava refletindo sobre isso, uma vez à noite ele viu durante o sono, pelo consentimento Divino, uma visão maravilhosa: ele viu uma grande multidão de anjos cheia de luz, e no meio deles estava o Salvador do mundo, Cristo, que disse a ele:

"Vinde a Mim, e Eu te darei o Reino dos Céus."

Após se levantar de manhã, Edesius foi com sua esposa e filha para o bispo cristão, cujo nome era Optato, implorando-lhe para instruí-los na fé de Cristo e realizar-lhes o santo Batismo.

Ao mesmo tempo, informou-lhe as palavras da filha e a visão angelical que tinha visto.

Ouvindo isto, o bispo alegrou-se com a sua conversão, e tendo os instruído na fé de Cristo, ele batizou Edesius, sua esposa Cledonia e Justina, sua filha, então deu-lhes a comunhão dos santos mistérios, deixando-os ir em paz.

Quando Edesius se tornou forte na fé de Cristo, o Bispo, vendo a piedade dele, fez dele um presbítero.

Depois disso, viveu virtuosamente no temor de Deus por um ano e seis meses, e assim, Edesius, na fé santa, chegou ao final de sua vida.

Quanto a Justina, ela lutou bravamente na manutenção dos mandamentos de Deus, amando a Cristo Esposo, ela serviu-o com fervorosas orações, na virgindade e castidade, jejum e grande abstinência.

Mas o inimigo da raça humana, vendo uma vida assim, invejou suas virtudes e começou a fazer-lhe mal, causando vários infortúnios e tristezas.

Naquela época vivia em Antióquia, um jovem chamado Aglaias, filho de pais ricos e famosos. Ele vivia luxuriamente, dando-se inteiramente à vaidade do mundo. Uma vez, ele viu Justina quando ela estava indo à igreja, ele ficou impressionado com sua beleza.

O diabo incutiu intenções vergonhosas em seu coração. Sendo inflamado em sua sensualidade, Aglaias por todos os meios se esforçou para ganhar a boa disposição e amor de Justina, usou artifícios para trazer o cordeiro puro de Cristo à corrupção que ele havia planejado.
Ele observou todos os caminhos pelos quais a menina ia a pé, e decidiu conhecê-la, iria falar com palavras astuciosas, elogiando sua beleza e sua glorificação, mostrando seu amor por ela, ele se esforçou para trazê-la para a prostituição tecendo uma ardilosa rede de enganos.

A moça, porém, desviou-se dele e fugiu dele, desprezando-o e mesmo não desejando ouvir discursos enganosos e astúcia. Mas o jovem não esfriou em seu desejo por sua beleza, e enviou o seu pedido de que ela deveria concordar em ser sua esposa.

Ela, porém, respondeu-lhe: "Meu esposo é Cristo, a Ele sirvo, é por causa dele que eu preservo a minha pureza. Ele preserva tanto a minha alma e meu corpo de todas as impurezas”.

Ouvindo a resposta da donzela casta, Aglaias, sendo instigado pelo diabo, tornou-se ainda mais inflamado com essa paixão. Não sendo capaz de enganá-la, ele destinou-se a agarrá-la pela força.

Após conseguir a ajuda de alguns jovens tolos como ele mesmo, ele a esperou no caminho por onde ela andava normalmente à igreja para a oração, lá ele a encontrou e, aproveitou-se para arrastá-la à força para sua casa.
Mas ela começou a gritar alto, bater-lhe no rosto e cuspir nele.

Os vizinhos, ouvindo seus gritos, correram para fora de suas casas e tomaram o cordeiro imaculado, Santa Justina, das mãos da juventude irreverente, a partir das mandíbulas de um lobo.

Os jovens espalhados desordenadamente, e Aglaias retornou com vergonha para sua casa.

Não sabendo mais o que fazer, ele decidiu, com o aumento do desejo impuro, em fazer um novo mal: ele foi ao grande mago Cipriano, o sacerdote dos ídolos, e informou-lhe sua tristeza, implorou sua ajuda, prometendo-lhe dar muito ouro e prata.

Tendo ouvido a Aglaias, Cipriano consolou-o, prometendo cumprir o seu desejo. "Eu demandarei nisso", disse ele, "a moça vai buscar o seu amor e sua paixão ainda mais forte do que você tem buscado o dela".

Tendo assim consolado o jovem, Cipriano deixou-o ir, cheio de esperança.
Então, tendo os livros de sua arte secreta, ele invocou um dos espíritos ímpios, que ele tinha certeza, poderia em breve inflamar o coração de Justina com a paixão pelo jovem Aglaias.

O demônio de boa vontade para cumprir essa promessa e orgulhosamente afirmou:

"Este ato não é difícil para mim, porque muitas vezes eu abalei cidades, desmoronei paredes, destruí casas, causei derramamento de sangue e parricídio, instilei o ódio e a ira entre irmãos e cônjuges, e trouxe para o pecado muitos que deram um voto de virgindade. Em monges que se instalaram nas montanhas e estavam acostumados a jejum rigoroso e nunca sequer pensaram em carne e osso, instilei luxúria adúltera e os instruiu para que servissem as paixões carnais, as pessoas que se arrependeram e se afastaram do pecado, eu converti de volta às maldades, muitas pessoas castas eu joguei em fornicação. Vou ser realmente incapaz de inclinar esta donzela ao amor de Aglaias? Na verdade, por que eu falo? Vou mostrar rapidamente os meus poderes em qualquer ação. Tome este pó (aqui ele deu-lhe um vaso cheio de alguma coisa) e dá a esse jovem, o deixe borrifar a casa de Justina com ele, e você verá que o que eu disse vai acontecer".

Dito isto, o demônio desapareceu. Chamou Cipriano Aglaias e enviou-o para borrifar a casa de Justina secretamente com o conteúdo do recipiente dado pelo demônio.

Tentações de Santa Justina

Quando isto tinha sido feito, o demônio da fornicação entrou na casa com flechas ardentes de desejo carnal, a fim de ferir o coração da menina com a prostituição, e para inflamar a sua carne com desejo impuro.

Justina tinha o costume de a cada noite oferecer orações ao Senhor. E eis que, quando, segundo o costume, levantou-se na terceira hora da noite e estava orando a Deus, sentiu de repente uma agitação em seu corpo, uma tempestade de luxúria corporal e as chamas do fogo do inferno.

Em tal agitação e luta interior, ela permaneceu por muito tempo, o jovem Aglaias veio à sua mente e pensamentos vergonhosos surgiram em seu coração.

A donzela maravilhada tinha vergonha de si mesma, sentindo que seu sangue fervia como num caldeirão, agora ela pensava no que ela sempre desprezada como vil.

Mas, no seu bom senso Justina entendeu que essa batalha havia surgido em seu coração pelo diabo; imediatamente virou-se para a arma do sinal da cruz, apressou-se a Deus com fervorosa oração, e das profundezas do seu coração clamou a Cristo, seu Noivo:

"Ó Senhor, meu Deus, Jesus Cristo! Eis quantos inimigos se levantaram contra mim e têm preparado uma rede, a fim de me pegar e tirar a minha alma. Mas lembrei-me do teu nome no meio da noite e me rejubilo, agora, quando eles estão lutando contra mim, recorro a Ti e tenho esperanças que o meu inimigo não triunfará sobre mim. Porque tu sabes, ó Senhor meu Deus, que eu, tua escrava, tenho preservado a ti a pureza do meu corpo e tenho confiado a minha alma a ti. Preservai tua ovelha, ó bom pastor; não a dês para ser comida pelo monstro que tenta devorar-lhe, daí-me a vitória sobre o mau desejo da minha carne".

Tendo orado muito e com fervor, a Santa Virgem encheu o inimigo de vergonha pela derrota. Ao ser derrotado por sua oração, ele fugiu dela com vergonha, e novamente veio uma calma no corpo Justina e o coração, a chama do desejo foi extinta, a batalha cessou, o sangue a ferver foi acalmado.

Justina glorificou a Deus e cantou uma canção de vitória.

O demônio, por outro lado, voltou a Cipriano, com a triste notícia que ele nada tinha conseguido. Cipriano perguntou por que ele não tinha sido capaz de conquistar a moça.
O demônio, mesmo contra sua vontade, revelou a verdade:

"Eu não conseguia conquistá-la, porque eu vi sobre ela um certo sinal do qual eu tenho medo."

Então, Cipriano chamou um demônio ainda mais malicioso e enviou-o para tentar Justina.

Ele foi e fez muito mais do que o primeiro, caindo sobre a donzela com grande fúria. Mas ela tendo-se armada com a oração fervorosa, colocou-se num trabalho ainda mais poderoso: ela se vestiu com uma camisa de cabelo e mortificou sua carne com a abstinência e jejum, comendo apenas pão e água.

Tendo assim domesticado as paixões da sua carne, Justina conquistou o diabo e baniu-o de vergonha.

Ele como o primeiro, voltou a Cipriano, sem realizar qualquer coisa.

Então Cipriano chamou um dos príncipes dos demônios, informou-lhe sobre a fraqueza dos demônios que ele tinha enviado, que não poderia conquistar uma moça simples, e pediu a ajuda dele.

Esse príncipe dos demônios censurou severamente os outros demônios pela falta de habilidade deles nessa questão e pela incapacidade deles para despertar a paixão no coração da menina.

Após ter dado esperança a Cipriano, prometeu seduzir a moça por outros meios, ele assumiu a aparência de uma mulher e foi até Justina.

Ele começou a conversar com ela piedosamente, como se estivesse desejando seguir o exemplo de sua vida virtuosa e sua castidade. Conversando, dessa forma, ele perguntou a donzela que tipo de recompensa poderia haver para uma vida tão rigorosa e preservação da pureza.

Justina respondeu que a recompensa para aqueles que vivem em castidade é grande, além das palavras, e que é muito estranho que as pessoas não nos dizem respeito, pelo menos próprias para um tesouro tão grande como a pureza angelical.

Então o diabo, revelando sua falta de vergonha, começou com palavras astuciosas para tentá-la, dizendo:
"Mas então, como poderia o mundo existir?
Como as pessoas iriam nascer?
Afinal, se Eva tinha preservado sua pureza, como é que a raça humana aumentaria?
No casamento, a verdade é uma coisa boa, que é estabelecido por Deus, a Sagrada Escritura também elogiá-lo, dizendo: "O matrimônio seja honrado entre todos, e o leito sem mácula (Hb 13:4)”.
E muitos santos de Deus também eles não entram em casamento, que Deus lhes deu como uma consolação, para que eles possam regozijar-se em seus filhos e louvar a Deus?"

Ouvindo essas palavras, Justina reconheceu o enganador astuto, o diabo, e mais hábil do que antes, o derrotou.

Sem continuar essa conversa, ela fugiu imediatamente para a defesa da Cruz do Senhor e colocando o seu sinal honroso na testa, seu coração voltou-se para Cristo, seu Esposo.

E o diabo imediatamente desapareceu com vergonha ainda maior que os dois primeiros demônios.
Em grande perturbação, o orgulhoso príncipe dos demônios voltou a Cipriano, que, descobrindo que ele não conseguiu fazer nada, disse-lhe:

"Pode ser que você mesmo, um príncipe poderoso e mais hábil do que os outros em questões como essa, não poderia conquistar a donzela? Quem, então, entre vocês pode fazer qualquer coisa com o coração dessa jovem invencível? Diga-me como que ela arma batalhas contra vocês, e como ela torna impotente teu poder potente?"

Sendo derrotado pelo poder de Deus, o Diabo sem querer admitiu:

"Nós não podemos contemplar o sinal da cruz, mas fugimos dele, porque ele nos castiga como o fogo e expulsa-nos longe."

Cipriano ficou indignado com o diabo porque ele o envergonhou, e repreendendo o demônio, ele disse:

"Esse é o teu poder que mesmo para uma fraca virgem perde!”

Então o diabo, desejando consolar Cipriano, tentou ainda outro compromisso: ele assumiu a forma de Justina e foi a Aglaias com a esperança de que, depois de ter levado para a Justina real, o jovem poderia satisfazer seu desejo e, portanto, não seria a fraqueza dos demônios revelada, nem seria Cipriano confundido.

E eis que, quando o demônio foi até Aglaias sob a forma de Justina, o jovem pulou de alegria indescritível, correu para a donzela falsa, abraçou-a e começou a beijá-la, dizendo:

"Como é bom que você veio para mim, justa Justina!”

Mas mal o jovem pronunciou a palavra "Justina" que o demônio desapareceu imediatamente, sendo incapaz de suportar até mesmo o nome de Justina.

O jovem ficou com muito medo e, correndo para Cipriano, disse-lhe o que tinha acontecido.

Então Cipriano por sua magia deu-lhe a forma de um pássaro e, depois de lhe permitir voar no ar, ele mandou para a casa de Justina, aconselhando-o a voar em seu quarto pela janela.

Sendo carregado por um demónio no ar, Aglaias voou sobre o telhado.
Nesse momento Justina passou a olhar através da janela de seu quarto. Vendo-a, o demônio deixou Aglaias e fugiu.
Ao mesmo tempo, a aparência de pássaro de Aglaias também desapareceu, e o jovem, caiu.
Ele agarrou a borda do telhado com as mãos e, segurou-a pendurando-se ali, e se ele não tivesse sido descido até o chão com a oração de Santa Justina, o irreverente teria caído e morrido.
Assim, não tendo conseguido nada, o jovem retornou a Cipriano e disse-lhe de sua desgraça.
Vendo-se envergonhado, Cipriano ficou muito triste e pensou de ir a Justina, confiando no poder da sua magia.

Ele se transformou em um pássaro, mas ele não conseguiu ultrapassar a porta da casa de Justina, antes de sua falsa aparência desaparecer e voltou com tristeza.

Após isso, Cipriano começou a se vingar, e com a sua magia trouxe desgraças diversas sobre a casa de Justina e nas casas de todos os seus parentes, vizinhos e amigos, assim como uma vez o diabo fez com o Jó justo (Jó 1: 15-19, 02:07).

Ele matou os animais, ele derrubou os seus escravos com pragas e, dessa forma, ele trouxe a dor extrema.
Finalmente, ele abateu com a doença a própria Justina, de modo que ela se deitou na cama e sua mãe chorou sobre ela.
Justina, porém, consolou a mãe com as palavras do Profeta David: ”Eu não morrerei, mas viverei, e vou contar as obras do Senhor” (Salmo 117:17).
Não só a Justina e seus parentes, mas também toda a cidade, por permissão de Deus, Cipriano trouxe infelicidade, como resultado de sua fúria indomável e sua grande vergonha.
Pragas apareceram nos animais e várias doenças entre os homens, e a propagação do boato, através da ação dos demônios, que o grande feiticeiro Cipriano ia punir a cidade por conta da oposição de Justina para com ele.

Em seguida, os mais honráveis cidadãos foram até Justina cheios de raiva e tentaram persuadi-la a não irritar Cipriano por mais tempo, e se tornar a esposa de Aglaias, a fim de escapar de ainda mais desgraças para toda a cidade por causa dela.

Mas ela acalmou-os dizendo que em breve todas as desgraças que tinham sido trazidas com a ajuda dos demônios de Cipriano cessariam. E assim aconteceu.

Quando Santa Justina orou fervorosamente a Deus, imediatamente todos os ataques demoníacos sumiram, todos foram curados das pragas e se recuperaram de suas doenças.
Quando essa mudança ocorreu, o povo de Cristo o glorificou e zombaram de Cipriano feiticeiro e de sua astúcia, e ele de vergonha não podia mostrar-se entre os homens e evitou reunir-se mesmo com amigos.


Conversão de Cipriano

Tendo-se convencido de que nada poderia derrotar o poder do sinal da cruz e do nome de Cristo, Cipriano voltou a si e disse ao diabo:

"Ó destruidor e enganador de tudo, fonte de toda impureza e corrupção! Agora eu descobri tua enfermidade.
Porque, se você tem medo até da sombra da cruz e treme ao nome de Cristo, então o que você fará quando o próprio Cristo vier a você?
Se você não pode derrotar aqueles que assinalam-se com o sinal da cruz, em seguida, quem é que você vai arrancar das mãos de Cristo? Agora eu entendi o que é uma entidade não ter poder, você nem sequer é capaz de se vingar!
Ouvindo a você, um miserável, ter sido enganado, e eu acreditei seus truques.
Afasta de mim, malditos! Para que eu deva implorar aos cristãos para que tenham piedade de mim. Devo apelar para as pessoas piedosas, que podem me afastar da perdição e que estou preocupado com a minha salvação. Afaste de mim, um anárquico, inimigo da verdade, o adversário e inimigo de todas as coisas boas!".
Tendo ouvido isso, o demônio se jogou sobre Cipriano, a fim de matá-lo e atacá-lo, ele começou a bater e estrangulá-lo.
Não encontrando defesa em qualquer lugar, e não sabendo como ajudar a si próprio de ser entregue nas mãos do feroz demônio, Cipriano, já quase não vivo, lembrou-se do sinal da cruz, pelo poder do qual se opôs Justina ao poder de todos os demônios, e clamou: Ó Deus de Justina, me ajude!”
Então, levantando a mão, ele fez o sinal da cruz, e o diabo imediatamente saltou para longe dele como uma flecha de um arco.

Ganhando coragem, Cipriano tornou-se mais ousado, e invocando o nome de Cristo, assinalou-se com o sinal da cruz e destemidamente repreendeu e amaldiçoou o demônio.

Quanto ao diabo, estando muito longe dele e não se atrevendo a aproximar-se com medo do sinal da cruz e do nome de Cristo, ele ameaçou Cipriano de todas as maneiras, dizendo:

"Cristo não vai retirá-lo de minhas mãos!"

Em seguida, após longos e ferozes ataques sobre Cipriano, o demônio rugindo como um leão foi embora.

Então Cipriano pegou todos os seus livros de magia e foi até o bispo Cristão Anthimus.

Caindo aos pés do bispo, ele pediu que tivesse misericórdia dele e desse-lhe o santo Batismo.

Sabendo que Cipriano foi um grande mago, temido por todos, o bispo achava que ele tinha chegado a ele com algum tipo de truque e, portanto, ele se recusou, dizendo:

"Você faz muito mal entre os pagãos, deixe os cristãos em paz, para que nenhum pereça."

Então, com lágrimas Cipriano confessou tudo ao Bispo e deu-lhe seus livros para serem queimados.

Vendo a sua humildade, o Bispo instruiu-lhe e ensinou-lhe a santa fé, e, em seguida, ordenou-lhe para se preparar para o Batismo, e seus livros Cipriano os queimaria diante de todos os cidadãos para que todos acreditassem.

Deixando o Bispo com um coração contrito, Cipriano chorou por seus pecados, polvilhado cinzas sobre a cabeça, e sinceramente arrependido, chamou o Deus verdadeiro para a limpeza de suas iniquidades.

Chegando no dia seguinte à igreja, ele ouviu a palavra de Deus com alegria e emoção, estando entre os cristãos.
E quando o diácono comandou os catecúmenos para sair, declarando: "Vós catecúmenos afastai-vos", e as pessoas já estavam saindo, mas Cipriano não queria sair, dizendo ao diácono:

"Eu sou um escravo de Cristo, não me mande sair daqui."

Mas, o diácono disse-lhe:

"Como você ainda não recebeu o santo Batismo, você deve sair da igreja."

Então, Cipriano respondeu:

"Como Cristo meu Deus vive, e livrou-me do diabo, e tem preservado a donzela Justina pura, teve piedade de mim, você não vai me mandar para fora da igreja, até eu me tornar um completo cristão."
O diácono disse tudo o que se passou ao bispo, e o bispo, vendo o fervor de Cipriano e sua devoção à fé de Cristo, chamou-o e imediatamente o batizou em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

Sabendo disso, Santa Justina deu graças a Deus, distribuiu muitas esmolas aos pobres, e fez uma oferta na igreja.

Cipriano o Servo do Senhor, Bispo

E Cipriano, no oitavo dia após o seu batismo, foi feito um leitor pelo Bispo; no vigésimo dia seguinte ele foi feito subdiácono, e no trigésimo dia um diácono e, em um ano, ele foi ordenado sacerdote.

Cipriano mudou completamente sua vida, a cada dia, ele aumentou seus esforços, e constantemente chorando sobre sua vida anterior, ele aperfeiçoou-se e aumentando força a força.

Logo ele foi feito bispo, e neste posto, ele levou uma vida santa que se igualou a muitos grandes santos.
Ao mesmo tempo, ele cuidava zelosamente do rebanho de Cristo, que tinha sido confiado a ele.

Santa Justina fez-se uma diaconisa, e então lhe confiou um convento, tornando-a abadessa em relação às outras donzelas cristãs.
Por sua conduta e instrução converteu muitos pagãos adquirindo-os para a Igreja de Cristo.
Assim, a adoração dos ídolos começou a morrer naquela terra, e a glória de Cristo aumentou.

Martírio de Cipriano o Servo do Senhor e Santa Justina

Vendo a vida cristã de Cipriano, a sua preocupação com a fé de Cristo pela salvação das almas humanas, o diabo abriu os dentes contra ele e inspirou os pagãos para difamá-lo perante o governador da região oriental, dizendo que ele tinha envergonhado os deuses convertendo muitas pessoas para longe deles, e estava glorificando Cristo, que era hostil aos deuses pagãos.

E assim, muitos ímpios foram ao governador Eutolmius, que então regia essas regiões, e fez calúnias contra Cipriano e Justina, acusando-os, de serem hostis aos seus deuses e ao imperador e a todas as autoridades, dizendo que eles estavam perturbando as pessoas, enganando-as e conduzindo-as em seus passos, dispondo-as à adoração de Cristo crucificado.

Ao mesmo tempo em que pediam ao governador para dar Cipriano e Justina à morte por isso.

Tendo ouvido esse pedido, Eutolmius ordenou que Cipriano e Justina fossem colocados na prisão. Então, indo a Damasco, ele os levou com ele a fim de julgá-los.
E quando eles trouxeram os prisioneiros de Cristo, Cipriano e Justina, ele, perguntou a Cipriano:

"Por que você mudou a sua forma anterior gloriosa da vida, quando você era um servo de renome dos deuses e trouxe muitas pessoas para eles?"
Cipriano o Servo do Senhor contou ao governador como ele descobriu a fraqueza e o engano dos demônios e chegou a entender o poder de Cristo, o qual os demônios têm medo e diante do qual eles tremem, desaparecendo diante do sinal da preciosa cruz e da mesma forma, ele explicou o motivo de sua conversão a Cristo, por quem ele declarou sua vontade de morrer.

O torturador não aceitou as palavras de Cipriano em seu coração, mas ser incapaz de responder a eles, ordenou que Cipriano o Servo do Senhor fosse pendurado e seu corpo rasgado, e que Santa Justina fosse espancada na boca e nos olhos.

Durante todo o tempo do tempo que os atormentaram incessantemente confessaram a Cristo e suportaram tudo com gratidão.

Em seguida, o torturador os prendeu e os exortou a voltarem à adoração de ídolos.

Como ele não foi capaz de convencê-los, ordenou que fossem jogados em um caldeirão, mas o caldeirão não causou qualquer dano, e glorificavam a Deus como se estivessem em algum lugar legal.

Vendo isso, um sacerdote dos ídolos, de nome Atanásio, disse: "Em nome do deus Esculápio, eu também mergulharei neste fogo e envergonharei esses feiticeiros." Mas mal tocou o fogo, ele morreu imediatamente.
Vendo isso, o torturador se assustou, e não desejando julgá-los mais, ele enviou os mártires ao governador Cláudio em Nicomédia, descrevendo tudo o que tinha acontecido com eles.

O governador condenou-os a ser decapitado pela espada. Quando eles foram trazidos para o local da execução, Cipriano o Servo do Senhor pediu um pouco de tempo para a oração, para que Justina pudesse ser executada primeiro, ele temia que Justina se assustasse com a visão de sua morte.

Mas ela curvou a cabeça alegremente sob a espada e partiu para seu Esposo, Cristo.

Vendo a morte desses inocentes mártires, um certo Theoctistus, que estava lá presente, sentindo muita pena deles e inflamando em seu coração para com Deus, caiu junto de São Cipriano, beijando-o, e declarou-se cristão.

Junto com Cipriano o Servo do Senhor, ele também foi imediatamente condenado a ser decapitado.

Assim, entregou sua alma às mãos de Deus, seus corpos, no entanto, ficaram por seis dias insepultos. Alguns dos estrangeiros que estavam lá secretamente os levaram a Roma, onde deu-lhes a uma certa mulher virtuosa e santa, cujo nome era Rufina, uma parente de Cláudio César.

Ela enterrou com honra os corpos dos santos mártires de Cristo: Cipriano o Servo do Senhor, Justina e Theoctistus.

Em suas sepulturas muitas curas ocorreram para aqueles que lá rezavam a eles com fé.  Já no império de Constantino, os restos mortais foram enviados para a Basílica de São João Latrão.

(O martírio deles ocorreu no final do terceiro século, segundo alguns, por volta do ano 268, mas, segundo outros, 304).

Relíquias de Cipriano o Servo do Senhor e Santa Justina, estão em Milão.

Por suas orações, o Senhor cure nossas aflições também de corpo e alma!